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O stôr, o formador e o professor

Há por aí uma Casa de Papel com “El Professor”, mas nesta casa dos jogos de casino que é a Fabamaq contamos com “los professores”. São alguns os Gamers que, além do seu contributo na Fabamaq, estão a formar os profissionais do futuro e este ano decidimos falar com eles a propósito do Dia Mundial do Professor celebrado no dia 5 de outubro. Fiquemos então com os testemunhos do stôr Tiago, do formador Bruno e do professor José:

 

Tiago Gomes, People Partner na Fabamaq e professor no ISEP


Como foi o teu percurso como professor até ao dia de hoje?

O meu percurso começou na Escola de Comércio do Porto, no ensino secundário, com 22 anos. Nessa escola tive oportunidade de coordenar o serviço de psicologia e de ser professor. Foram 12 anos muito intensos e tive oportunidade de trabalhar com escolas da Catalunha e contactar com outros sistemas pedagógicos. Isso permitiu-me aprender e extrair ensinamentos para aplicar cá, no grupo em que a Escola de Comércio do Porto se inseria.

De há cinco anos para cá dou aulas no ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto, lecionando várias disciplinas. No primeiro semestre, sou um dos professores que orienta a cadeira de “Métodos de Trabalho em Engenharia” para os alunos do primeiro ano de Engenharia Eletrotécnica. Nesse semestre dou ainda a cadeira de “Gestão de Pessoas” aos alunos do Mestrado de Engenharia Informática, orientando aulas práticas. No segundo semestre, estou apenas com a cadeira de “Comportamento Organizacional” para o terceiro ano de licenciatura de Engenharia Informática.

O que te dá mais prazer em lecionar?

A possibilidade de partilhar e ter algum impacto na vida das pessoas. Tu acabas por potenciar e despertar curiosidade e competências nas outras pessoas que vão ficar na sua vida, e esse impacto que tu podes deixar é muito interessante. Depois existe também a componente da aprendizagem. A possibilidade de aprender com os alunos, mas também de aprender sozinho para depois poder inovar e explicar melhor e estar ao nível das expectativas da instituição e dos estudantes. 

O que é que tu aprendeste com os teus alunos?

Na minha visão, o sistema de ensino mudou bastante. Antigamente, o professor era o único garante do conhecimento e da informação e se calhar hoje somos mais os arquitetos que dão a estrutura e as condições para que os estudantes possam desenvolver alguma autonomia na aprendizagem. Essa mudança traz mais liberdade aos alunos e esse espaço faz com que eles tragam mais coisas que tu não conheces. Sejam novas tecnologias, informação, artigos, conceitos ou ideias, há sempre coisas novas que eles trazem e te acrescentam valor.

Como é que achas que o teu percurso como professor te tornou um profissional melhor?

A conceção tradicional se calhar diz que os professores estão lá para ensinar e os alunos para aprender, mas é muito positivo para mim como professor manter a humildade e abertura para aprender com os alunos e isso torna-me melhor. Eu acho que as ligações que tu consegues criar com as pessoas são também um dos principais pontos positivos, seja no ISEP, seja na Fabamaq. A certa altura tu consegues estar a personalizar a tua ação para cada pessoa e não estás a ter uma abordagem em que “o mesmo tamanho serve para toda a gente”. Na minha experiência no ISEP isto é possível. Conseguimos trabalhar com turmas pequenas, saber o nome das pessoas e saber as suas dificuldades, quase como fazemos no trabalho de gestão das pessoas na Fabamaq. Isso é muito positivo.

Na Fabamaq tens as condições e o equilíbrio necessários para seres docente e desempenhares a tua função?

Sim, isso foi muito importante para mim. Eu estava ligado ao ensino há 12 anos e o desafio que me propuseram na Fabamaq era aliciante. Eu aceitaria o desafio na mesma caso não pudesse continuar a ensinar, mas eu queria muito continuar ligado a esse universo e a empresa proporcionou-me isso. Eu acho que isso me faz melhor profissional nos dois mundos. Por um lado, levo conhecimento do que fazemos na Fabamaq para o ensino. Por outro lado, a minha experiência no ISEP permite-me contactar com aqueles que serão possivelmente os futuros trabalhadores da Fabamaq e percebê-los melhor.

 

Bruno Ferreira, Sound Designer na Fabamaq e formador na Restart


 

Qual é a tua experiência como docente?

Até ao dia de hoje já tive três experiências a ensinar, tendo este percurso iniciado em 2017 e depois prosseguido de forma intermitente. No total das três experiências estive já cerca de um ano e meio ligado ao ensino curricular.

Comecei por lecionar no Conservatório de Música do Porto, orientando aulas de “Análise e Técnicas de Composição” para alunos do 10º, 11º e 12º anos. Mais tarde, assumi o papel de professor assistente e orientei uma formação no conservatório onde concluí o meu mestrado: o Conservatório Real de Antuérpia (Koninklijk Conservatorium Antwerpen), na Bélgica. 

Atualmente, sou formador na Restart. Comecei este percurso em 2019 e lecionei três módulos inseridos no curso de “Performance Musical e Composição” - “Banda Sonora”, “Sistemas e Software” e “Videojogos”. No primeiro, abordo a música para audiovisual (com maior foco no cinema). No segundo, o foco é a exploração do software utilizado para escrever, desenvolver, criar e produzir as nossas ideias musicais. No último módulo, para além do normal “background” da implementação de música/sound design em videojogos, o meu papel é, em conjunto com os alunos, ajudá-los a criar os efeitos (sfx) e as músicas que estes imaginam para os seus projetos.

O que é que te deu mais gozo nessas experiências? 

Eu tento passar os conhecimentos da forma mais interessante possível, procurando que a aprendizagem da matéria contraste com algumas formas de ensino mais arcaicas e pelas quais já todos passámos durante a nossa experiência académica.

Nas aulas do Conservatório de Música do Porto para o 12º ano (porque já eram alunos mais velhos e com um maior domínio dos assuntos discutidos), dava-me especial gozo levar temas para a aula e refletir em conjunto. Era como um debate sobre o tema que estava em cima da mesa e que, ao invés de o resultado ser simplesmente “dado” por mim, o mesmo era obtido através da discussão de vários pontos de vista. Neste campo em específico, julgo que esta passagem de conhecimento é uma forma saudável e interessante de aprender a(s) matéria(s) e de pensar sobre as mesmas de forma ativa e crítica. Como aluno, foi assim que fui aprendendo tanto nas licenciaturas em Portugal assim como no mestrado na Bélgica.

Achas que desenvolveste alguma competência por dares aulas?

A nível profissional acho que o facto de ensinar me fez rever e aprofundar conceitos. Já peguei em conceitos que tinha dado e que achava já dominar e voltei a estudar para que pudesse estar o mais preparado possível para clarificar algumas questões que os alunos pudessem colocar. Isso é também importante para depois conseguires passar esse conhecimento de uma forma mais fácil e com exemplos mais concretos.

Por vezes, nas aulas de ATC no Conservatório de Música do Porto, analisávamos músicas de diferentes géneros/estilos e pensávamos no que está para lá da estrutura harmónica e melódica. Qual o instrumento que estávamos a ouvir (quando não era demasiado óbvio)? Quais as sensações/imagens que despertam e surgem? É uma análise mais abstrata e este processo sempre me ajudou a analisar e a formular diferentes perspetivas que me pudessem ser úteis nas minhas próprias criações e na forma de abordar ou desenvolver determinado conceito. E daí, esta minha tentativa de passar algo aos alunos que me foi e é útil enquanto músico em constante evolução. 

A docência era um objetivo teu para o futuro?

Não sei sinceramente. Eu acho que “formador” é a palavra que me parece mais acertada neste momento e na qual me consigo rever. Consigo e gosto de apoiar os alunos que já dominem um pouco do assunto, pois aí é mais fácil conseguir falar na “mesma linguagem”. É bem mais difícil ensinar música a um aluno que nunca teve qualquer contacto com a música. Claro que essas “técnicas” e essas “ferramentas”, aliadas claro está, a uma propensa natural para ensinar e gostar de ensinar, são aprendidas nos cursos frequentados pelos futuros professores. Talvez possa surgir, no futuro próximo, a vontade de explorar esse caminho e a vertente do ensino. E aí sim, terei de me formar e aprender as ferramentas e as técnicas necessárias para ganhar cada vez mais confiança no meu papel como formador/professor.

Sentes que na Fabamaq tens o espaço, a abertura e o equilíbrio para conciliar o papel de formador com a tua profissão?

No meu caso funciona bem, sendo que os cursos que dou são em horário pós-laboral. Eu dou aulas das 19h00 às 23h00 e por isso consigo conciliar as duas atividades. Há dias em que tenho de sair mais cedo, mas jogo com a flexibilidade de horário na empresa para conseguir dar as aulas.
 

José Neves, 3D Artist na Fabamaq e professor na ESMAD



 

Há quanto tempo dás aulas e qual a disciplina que tu lecionas?

Eu leciono há quase quatro anos. As disciplinas que oriento são “Animação para jogos digitais” e “Gestão de Projeto” do curso técnico superior profissional de “Design de Jogos e Animação Digital “, na ESMAD – Escola Superior de Media Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto.

O que te dá mais gozo no ensino?

O que me dá mais gozo é ver a evolução do que se passa na juventude e perceber novas tendências. Também me dá particular satisfação a partilha de conhecimento para desbloquear processos e dificuldades que os alunos demonstram. No fundo, o que me dá mais gana em ser professor é ver a evolução e poder participar nela. 

Sentes que a tua experiência como aluno molda a forma como ensinas aos teus alunos?

Eu acredito que a forma como ensinamos está muito dependente do fator humano. Eu acho que nunca ensinei nenhuma das minhas turmas de forma igual até hoje. Cada turma tem uma necessidade diferente e nota-se muito a evolução e o crescimento das diferentes pessoas dentro das salas de aula nos vários momentos ao longo do ano. Nunca deixo de ser eu como professor, transmito as boas práticas que me foram ensinadas, deixo para trás aquelas que creio que não resultaram para mim, mas a chave está sempre numa adaptação que tem de ser feita. O ensino e a transmissão de conhecimento são como um livro aberto para mim.

Sentes evolução a nível pessoal por teres de responder às duas exigências?

Sim, sempre. Estamos sempre a crescer. Honestamente só tenho a recomendar quem puder experimentar o mundo académico. Estando agora no mercado de trabalho, recomendo vivamente a todos os que tenham uma oportunidade de abraçar a experiência de lecionar e trabalhar em simultâneo. 

Esta realidade ajuda imenso a desenvolver o equilíbrio e a gestão da vida pessoal. Além disso foi bom para o meu desenvolvimento social e de soft skills, pois aprendi a lidar com conflitos para os quais não estava preparado de outra maneira. No ensino, consegui perceber que tinha essa capacidade dentro de mim e que precisava apenas de perceber como a podia despertar e aplicar. A docência abre-nos também muitas portas e dá-nos acesso a novas tecnologias que no mundo profissional acabam por nos passar ao lado, pois são contextos que se regem por parâmetros diferentes. Acho, por isso, que é extremamente importante ter os dois olhos bem abertos, pois um universo complementa o outro.

Sentes que a Fabamaq te dá as condições para preparares as aulas como professor e desempenhares a tua profissão?

Sim, eu sinto que a empresa me facilita esta dupla função. A gestão das duas realidades é um exercício meu e que me obriga a ser mais metódico, mas estou extremamente feliz com o voto de confiança que me foi dado para poder lecionar e trabalhar na Fabamaq em simultâneo. Só tenho a elogiar essa recetividade. 



A Fabamaq é uma empresa tecnológica sediada no Porto que desenvolve jogos de casino para todo o mundo há mais de 10 anos. 
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