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Ainda há empregos para a vida?




"O período decisivo para milhares de jovens está a chegar. As maratonas de estudo deram lugar aos exames e estes trarão um destino académico que vai moldar os profissionais do futuro. Mas será que no paradigma atual este raciocínio estanque ainda faz sentido? A evolução que vivemos no ecossistema empresarial sugere o contrário. 

A máxima “não interessa como começa, mas sim como acaba”, tantas vezes aplicada no universo desportivo, tem cada vez mais sentido na esfera profissional. Outrora visto como o primeiro passo para agarrar um emprego para a vida, o momento de escolha do curso a frequentar no Ensino Superior começa, cada vez menos, a ser encarado como uma decisão vinculativa para o futuro profissional a longo prazo.

O paradigma do mercado há uns anos mostrava padrões de evolução profissional lineares. Neste cenário, a carreira entrava numa linha reta em que o crescimento estava limitado ao setor escolhido, passando pelo crescimento técnico e a consequente entrada em cargos de gestão relacionados com a área de ação. Posteriormente, começamos a viver um cenário em Y, em que a progressão de cada pessoa podia ser facilmente representada numa bifurcação. À esquerda, estava um caminho de evolução técnica, onde o objetivo era transformar o colaborador no maior especialista do seu domínio. À direita, estava uma evolução orientada para os cargos de gestão, onde a evolução técnica era mesclada com a aprendizagem na arte de orientar equipas.

No boom tecnológico atual assistimos progressivamente à implementação de um novo paradigma. Um paradigma que não coloca limitações ou impõe caminhos aos profissionais e está a ser construído com base em duas premissas. A primeira é a convicção de que as competências sociais são tão ou mais relevantes como as competências técnicas. A segunda é de que tecnicamente qualquer pessoa pode ser treinada e evoluir, sendo esse caminho mais difícil quando não existe um alinhamento entre o comportamento da pessoa e a cultura da empresa.

É, por isso, cada vez mais comum entrarmos nas empresas, sobretudo nas tecnológicas, e identificarmos carreiras improváveis, ou seja, pessoas que trabalham, hoje, numa área desligada da sua formação académica. De resto, este modelo tem levado a própria sociedade a criar, seja organicamente ou com o apoio de empresas, mecanismos e programas de requalificação profissional que viabilizam a progressão de carreira para áreas distintas. Acredito que esta “liberdade”, dentro das próprias empresas, de permitir que os seus colaboradores possam integrar equipas e projetos distantes da sua formação base contribui para uma dinâmica que não só é altamente desafiante a nível pessoal como permite que as empresas saiam da sua zona de conforto. Podem não existir empregos para a vida, mas abrimos a possibilidade para que existam empresas para a vida, com profissionais motivados".

 

Alexandre Gonçalves
Chief Technology Officer da Fabamaq

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