6 dicas para transformar dados em melhoria operacional na criação de jogos de casino - Patrícia’s Tips
A Fabamaq, enquanto empresa tecnológica especializada no desenvolvimento de jogos de casino a operar no Porto, trabalha com produtos complexos e qualquer métrica mal escolhida pode atrasar decisões importantes. A nossa Gamer Patrícia Vale, Senior Performance & Optimization Specialist, apresenta um guia para transformar dados em ganhos operacionais sustentáveis.
Em seis pontos, este artigo cobre todo o processo de criação de um jogo de casino do problema à validação: definição do desafio, Key Performance Indicators alinhados, eficiência e qualidade, rotina de reviews, participação de quem executa, storytelling de impacto e verificação do resultado. Trata-se de um guia de referência útil para equipas de uma software house que segue padrões de exigência ao nível das melhores empresas IT em Portugal.
Porque é que tantos dados não geram mudança?
Vivemos rodeados de métricas, relatórios e dashboards. Ainda assim, decisões importantes continuam a ser tomadas com base em perceções. O problema não está na falta de números, está na ausência de método para transformar dados em ação consistente. Como Senior Performance & Optimization Specialist, Patrícia vê isto de perto: equipas que medem muito, mas melhoram pouco. O caminho passa por clarificar o problema, escolher bem o que medir, criar cadência de acompanhamento, envolver quem executa, comunicar impacto e confirmar resultados. As dicas seguintes mostram como aplicar isto no dia a dia.

1. Começa pelo problema, não pelos dados
Antes de abrir a folha de cálculo, define com precisão o desafio. Quais são os sintomas observados? Qual o impacto no cliente, na eficiência e na qualidade? Que processos estão envolvidos? Que decisões dependem desta análise?
Quando começas pelo problema, a recolha de dados deixa de ser genérica e passa a ser direcionada. Um exemplo simples: em vez de medir tudo o que existe sobre performance de um processo, foca a medição na etapa onde o tempo de espera aumentou nos últimos 30 dias e liga a análise a uma decisão concreta como reequilibrar capacidade, ajustar critérios de prioridade ou melhorar a qualidade de input.
Como aplicar hoje: escreve uma pergunta de decisão. Em vez de “Quanto produzimos por semana?”, usa “Que ajustes de capacidade precisamos para reduzir o tempo de ciclo em 20% sem afetar a qualidade?”.
2. Escolhe métricas que movem a agulha
Nem todos os KPIs são relevantes e nem todos motivam mudança. Procura indicadores que tenham ligação direta à eficiência, à qualidade e à satisfação do utilizador. Evita métricas de vaidade que parecem bonitas no dashboard, mas não influenciam decisões. Define cada métrica com objetivo, fórmula, fonte de dados, periodicidade e owner. Uma métrica clara reduz discussões e acelera a ação.
Dica prática: trabalha com poucas métricas primárias por objetivo. Se procuras reduzir incidentes, seleciona taxa de defeitos por release, tempo médio para resolver e impacto por severidade. Mantém métricas de suporte, mas não deixes que elas desviem a atenção do essencial.
3. Acompanha como rotina, não como reação
A melhoria contínua nasce da consistência. Marca uma cadência simples, como uma review semanal de 30 minutos, e mantém a disciplina. A reunião não serve para refazer análises, serve para tomar decisões com base no que já está preparado. Usa um formato estável: objetivo, variação da semana, causa provável, decisão tomada, responsável e data alvo. Podes registar decisões e follow-up no mesmo documento para evitar perda de contexto.
Ferramenta mínima viável: um quadro com semáforos que mostre tendência e impacto: verde estável, amarelo atenção, vermelho ação imediata. O objetivo é criar um reflexo de gestão que antecipa problemas, e não que reage quando já é tarde.

4. Envolve quem executa o processo
As melhores soluções nascem de quem vive o problema. Inclui as equipas operacionais no diagnóstico e na validação das melhorias. Em vez de apresentares soluções fechadas, traz hipóteses e pede feedback. Workshops curtos, gemba walks e testes em ambiente controlado ajudam a reduzir o risco e aumentam a adesão. Quando a equipa participa, a mudança deixa de ser uma imposição e passa a ser um compromisso.
Como tornar isto concreto: define uma “equipa núcleo” para cada melhoria, com quem decide e com quem executa. Clarifica papéis e limita o trabalho paralelo. Pequenas mudanças testadas rapidamente valem mais do que planos grandes que nunca saem do papel.
5. Comunica impacto, não apenas números
Um bom relatório explica o que mudou, por que mudou e qual o valor gerado. Fala de resultados tangíveis como redução de retrabalho, tempo de ciclo mais curto, menos incidentes críticos, feedback positivo do utilizador. Liga a melhoria à estratégia do produto e aos objetivos da organização. Evita os jargões e mostra o antes e o depois, usando exemplos reais.
Formato recomendado: uma página com problema, hipótese, experiência, resultado, decisão. Acrescenta o que aprendemos e o que vai mudar no processo. Esta narrativa é mais eficaz do que dezenas de gráficos sem contexto.
6. Mede o impacto após implementar
Muitas iniciativas falham na fase de acompanhamento. Os mesmos dados que ajudaram a identificar o problema devem confirmar a eficácia da solução. Agenda uma revisão a 30 e a 90 dias para validar se o ganho se mantém. Se não se manteve, volta à hipótese e ajusta. O objetivo não é provar que a ideia inicial era perfeita, mas sim garantir resultados sustentáveis.
Boa prática: define desde o início como vais medir o sucesso e qual o limiar mínimo aceitável. Sem esta definição, é fácil declarar vitória cedo demais.

Checklist rápido para passar da análise à ação
- Clarifica o problema e a decisão que pretendes tomar.
- Define três a cinco KPIs primários com owner, fórmula e meta.
- Agenda reviews curtas com cadência fixa e decisões registadas.
- Envolve as pessoas que executam para cocriação e teste.
- Comunica resultados com foco em valor para o negócio e para o utilizador.
- Revalida o impacto em 30 e 90 dias com as mesmas métricas.
Onde é que os dados se transformam em impacto?
Melhorar a performance é um processo vivo que combina dados, colaboração e aprendizagem. Quanto mais depressa ligares a análise à ação, mais próximo ficas da excelência operacional. A pergunta já não é se tens dados suficientes, é se os estás a transformar em mudança real. Começa pequeno, mantém a cadência, mede o impacto e partilha o que aprendes. O resto é consequência.
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